O paradoxo entre o volume cerebral autista e a comunicação entre os neurônios.

 

Se o cérebro do autista apresenta um volume maior envolvendo a substância cinzenta, a substância branca, e um alargamento dos ventrículos laterais, porque há ilhas de dificuldades importantes no funcionamento autista?

De forma leiga, poderíamos pensar que “quanto mais cérebro, mais habilidades”. Mas observe a segunda imagem!

Isto não é fato – este crescimento, apesar da poda neuronal – representa o quanto a desorganização de conectomas neuronais está relacionada a uma neurocircuitaria alterada, levando a falhas na transmissão de informações entre córtex frontal e parietal, e na circuitaria do “circuito de empatia” – amígdala, córtex pré frontal ventro-medial, junção têmporo-parietal, córtexo orbitofrontal e anterior cintilado, bem como outras evidências de que há “diferenças” significativas na citoarquitetura da substância branca no cérebro autista.

É por isso que, apesar de os estudos de imagem transparecerem um maior volume cerebral em crianças autistas, este dado não representa necessariamente um cérebro com funcionamento superior – provavelmente são alterações compatíveis com a desorganização dos feixes neuronais que, consequentemente levam a transmissão inadequadas de informações!

Mas há uma boa notícia: o corpo de literatura hoje aponta para cada vez mais agirmos e intervirmos precocemente – Ao longo da vida, crianças com terapias adequadas após um diagnóstico precoce tiveram, em exames de neuroimagem, uma melhoria na citoarquitetura neuronal, levando ao fortalecimento e vias neuronais e, consequentemente, uma melhora nas habilidades gerais e comunicativas sociais!

Mais uma vez a ciência aponta para a importância do diagnóstico e intervenções precoces como modeladores de um cérebro ávido por estimulação, e essa avidez encaminhada de forma correta é um fator de melhor prognóstico do desenvolvimento dos nossos filhotes!

Então, identifique os sinais, procure ajuda e aja cedo!

 

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